sábado, 19 de novembro de 2016

Talvez Um Alter Ego




Eu Caminho pela noite,
E Recolho fragmentos de meu Ser.

Os encontro pelas esquinas,
Percorrendo as madrugadas,
Seguindo, em frangalhos,
Outros personagens,
Espectros dilacerados dessa Sociedade...

Pobres Almas condenadas...

Em tudo, iguais a mim...

São imortais em sua essência –
São reflexos de outros seres,
São tão normais...
Assim tão camuflados... 

P.Pettine


Quem Me Conduz




Quem me conduz ? Seria apenas o acaso ?
Serei eu mesma a condutora de minha vida ?
Entrego-me à sorte, como um barco à deriva...

Certa vez me perguntava se mesmo fazendo escolhas, optando por caminhos nas muitas encruzilhadas,
meu papel não seria, simplesmente, trilhar labirintos já formados,
e se nos restaria, apenas, fazer as escolhas acertadas, para não nos defrontarmos com o Minotauro ao final desta jornada...

Assim, apenas por me sentir um pouco dona desse arbítrio, tomo certas decisões, procurando burlar a minha própria sina.
Salto do caminho, sem um propósito definido, apenas para retomá-lo mais além, procurando não deixar pistas nas picadas,
iludindo-me do poder divino que, decerto, não o tenho, enganando-me das decisões que, na verdade, não tomei.

O que me conserva, então, a Vida ? O Amor? Pois, se a paixão existe – e isto posso assegurar-te –
então, vale a pena viver, mesmo que somente em pensamento !
Poderia, assim, para concluir, dizer que te amo, e que por isso, Existo ! 

P.Pettine

Sobre Vida




Não custa pensar que o melhor da vida,
Seja o que não foi vivido.
O que vivemos é morto, é ido.
E nele não está contido aquilo que jamais teremos.

O que foi vivido é vão, se esvai,
E o que não foi,
É contínuo,
Sempre teremos mais.

Sabemos o que somos,
Prevemos o que poderemos ser,
Mas nunca saberemos
O que não poderíamos ter sido.

Contudo, isto lido,
Sabemos no real instante,
Que quanto mais se vive,
Nunca se vive o bastante.
P.Pettine

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