sábado, 19 de novembro de 2016

DESEJO




O desejo é como um torpor que levando à ânsia,
Mantém na mais cruel inércia aquele que o possui.

Os que interrogam ao desejo sobre suas nascentes,
Perdem-se nas reticências inércias de seu entorpecimento mental.

Desejas, com veemência,
Saberes por que tão carregados de tal impulso arrebatador
Sois capazes de estar.

E descobrindo-se ao avesso, entre as instâncias da incerteza,
serás capaz de mobilizar o estático e saciar-se
no esplêndido desconhecido de teu ser.

E lerás...
Nas entrelinhas de teu desejo, uma tênue indução
às mais inquietantes indagações de tua alma.

E buscará o desejo, não tão somente a quê deseje.
O ato em si,
não um objeto qualquer que suponhas ter-lhe força de motivação.

Flamejando no auge de uma inquietação inigualável,
Serás capaz de sorrir nas manhãs cinzentas e frias,
e até mesmo em meio as noites de solidão.

E findar-se-á numa via de mão única que não lhe caberá saber,
se parte de teu peito rumo à alma,
ou desta, até chegar-lhe ao coração.

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