sábado, 19 de novembro de 2016

Fragmentos do livro Metabólico 4.1


Eu sei que tudo o que diz
Não quer sair de ti.
Se me feri e aflige
Não faz parte de ti.
Não quer dizer que odeia a mim
Então mente mostrando o que sente por mim.

Tu me amas, deseja,
Mas não quer poder mostrar,
E negando só prova
Que só faz me amar.

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Eu lhe expus lhe ferindo
Fazendo de ti
Uma peça de amostra
Que eu quis exibir.

Me perdoe, eu peço,
Não faças de mim
O que estando possessa
Assim fiz de ti.

Reconheço as falhas
Que já cometi.
Mesmo assim não quero
Que venha me punir,

Pois ainda há chama
Acesa aqui,
Que prova que quem ama
Também pode cair.

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Como não sentir saudade
Se em dois momentos lembro de ti:
Quando de você eu falo e quando falas de mim.
Quando ouço o que dizem
Te vejo aqui,
Numa bela imagem que teima em servir
De lembrança constante te trazendo a mim.

Como não ter saudade
Se durmo então,
Em ti pensando, com um retrato na mão
Sonhando que vive
Em meu coração.

Como não ter saudade
Se ouço aqui,
Aquela velha música
Composta por ti
Que falava “I love”
E “I need it!”

Como não ter saudade
Se partiste então,
Tão repentinamente
Sem consideração
Nem pelo que sente
Omitindo em vão.


Que com tua partida,
Tens meu coração.

E aqui pulsando
Te sinto em mim.
Como não ter saudade
De alguém assim?
Que só partiu em parte,
Dividindo a mim
Indo embora e deixando
Tua imagem aqui.

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Fiz um belo poema

Fiz um belo poema
Todo a você,
Esperando que um dia
Possa perceber
Que o que ele revela
É meu amor por você.

Fiz um belo poema
Com palavras de amor,
Esperando que um dia
Consiga expor
A você o que sinto
Ainda que seja dor.

Fiz um belo poema
Nem tão longo assim.
Esperando que um dia
Possa medir
Por ele o tamanho
Do que sinto por ti.

Fiz um belo poema,
Esperando então,
Que te toque
E te inspire

A fazer-lhe canção.

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Quando emudeceu,
Morri.
Não pude existir.
Quando emudeceu
Me vi
Ausente, distante daqui
Levando em teu silêncio
Minha razão de existir.

Queria aquele amor
Que me fazia ouvir
Através das palavras
O senso de mim.

Quando emudeceu
Morri.
Não pude existir
Calando o músculo pulsante
Que me unia a ti.
Ao não permiti-lo,
Eu deixei de existir.

No peito agora só um rasgo
É o que tenho a exibir.
Nada em mim é tão largo
Quanto o silêncio daqui
Que nem mais faz sentido,
Pois deixou de existir.

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Estou tentando me reerguer pensando em você.
Teu semblante faz vontade nascer em meu ser.

É magia, é milagre ou talvez ilusão.
Que tenha tanta força em teu coração
Capaz de transformar sonho
Em verdade, em revolução

Teu semblante faz emoção nascer em meu ser.
É tão grande, é enorme ou talvez então,
Seja mesmo tão forte esse teu coração
Capaz de mostrar verdade, aceitação.

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Não quero parar de me exprimir.
Não posso, não quero mais me omitir.
Não posso parar de escrever então,
Ainda que isso me canse a mão.

Não posso parar de poder me sentir.
Ser abstrato, concretizando aqui
O que só eu posso fazer existir.

Não posso parar de escrever, então,
Ainda que tudo se transforme em canção
E eu teus ouvidos possa refletir
Ainda que leve,
Tudo o que senti.


Não posso parar de fazer assim.
Dessa grande insistência parte de mim,
Pois só assim me revelo,
Escrevendo a ti.

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Fizeste errado e bradou então.
Meu erro é pecado em seu coração.
As falhas nos tingem, nos modelam o som
Estridente que entoa de todo sermão.

Fizeste pedaços de meu coração,
Pois julgou errado a minha emoção.

Fizeste errado em me corrigir,
Pois querendo acertar
É que errei assim.
Um erro sem tato,
Sem razão de ser,
Que em nenhum momento
Quis acontecer.
E errante em meu passo
Cheguei em você.
Me perdoe o percalço
Que agora vê.

Fizeste errado em não redimir
De mim os pecados
Confessados a ti.
Cegou assim meus olhos
Não me deixando ver
Raios de esperança
Em meu amanhecer.

Fizeste errado, fizeste assim.
Foi de muito malvado
Maldade sem fim.
Arrancou um pedaço enorme de mim
Levando com ele
A lembrança de ti.

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És espelho.

Em ti me vejo.

Sou também um espelho a você.

Quando mira meu rosto se vê sem querer,

Então julga e ataca o que há de mim em você.

Te reprimi, infringindo a mim,

O que queria corrigir em ti.

E assim vai mirando essa miragem então,

De mim distorcida na sua visão.

Se me fita, te enxerga invertendo a mão,

Recontando a história na tua versão.

Mas eu também lhe miro,

Não esqueça isso não,

E por isso é que sigo

Nessa direção,

Acertando o compasso

De teu coração.

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