quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Desabafo de Aline

 Repasso o desabafo de Aline em mim,
que em palavras tentarei resumir.
 -Vou contar já agora, a todos vocês,
o quão mal sentir culpa, a tal culpa me fez!
Destruí os meus sonhos que habitavam em mim,
tornando pesadelo meu viver aqui!
Eu achava ser forte, mas vivia ilusão
que agora se mostra um monstro grandão!
Tão gigante e mais forte é a culpa em mim,
de não ter mais armas pra lutar com isso aí.
E aí eu me acabo e me acabo mais!
Eu mal sei expressar o quão mal me faz!
Ai, Aline, te entendo e lamento então, poder traduzir esse monstro grandão.
Só consigo, pois sei que o conheço também, habitando em meu peito por hoje tb! Espero que alivie poder saber, que não sente sozinha essa culpa em você!
Um favor eu lhe faço e me alegro em fazer, que expor em palavras o que há em você.
Sou poeta e me presto a poder traduzir, a dor de quem sofre diante de mim.
Compartilhe comigo essa solidão, pois juntas somos duas a lutar com o Monstrão!
Ele pode ser forte, mas devemos lembrar
que é só um sentimento que nos cabe superar!
Reconhecer tua fraqueza, já é superação!
Poucos reconhecem que não podem lutar
e devem fugir de culpa cultivar!
Só sabendo ser fraca, descobri então,
o quanto ainda consegue lutar e o quanto não.
Não a julgo, pois sei que humana é então,
admitindo a culpa que tem no coração!
Se reconhecer só bastasse, quão bom era ou não,
só colocar pra fora essa decepção.
Mas sabemos que culpa não morre assim.
Nasce e vive com a gente até nosso fim!
Mas nem só de culpa nutre nosso ser
e ainda vejo esperança a mim e a você!



Ah, eu sei. 

Sei que muitos não gostam de meu jeito de ser.
Outros tantos não gostam do jeito de escrever.
E há também quem não goste do que eu possa ter,
mas já não faço conta deste tipo de ser.

São pessoas que sugam o que há de bom em mim,
Como se fossem deles essa parte aí.
Hipocrisia destoam e mesmo assim,
Alegando não gostar, permanecem junto a mim!

Que grande contrassenso eu noto então,
Naqueles que me querem destruída e no chão,
Pois é de minha vida que se alimentarão,
Ora triste e sofrida, outrora em "bem bão".

Não vivem a vida própria, parasitas que são
e desde o tempo de Cristo eles vivem em vão!

Me criticam, mas seguem sempre junto a mim,
Ora longe ou mais perto dependendo do fim,
Do que eles querem ter através de mim.

Não gostam, mas não conseguem de mim se libertar
E isso mesmo os assombra e fazem se arruinar.
Me culpando de tudo que possa lhes causar.

Esses seres não mudam e vivem assim,
Sem vida própria, dependentes de mim!

A pegada que tenho podem reconhecer,
Pois na escrita registro meu "jeito de ser".
Na verdade, é marca de autoria que em mim,
Se mostra em antíteses, sempre foi assim.
Escrevo como se dois seres habitassem em mim,
Sempre duelando e foi sempre assim.
Ainda menina escrevia em dueto pra mim.
Ora queria ser lida, ora só quis sumir.
Paradoxos marcam meus textos então
 Desde sempre e me notam nessa condição.
A escrita revela o jeito de ser
E cabe a quem queira tentar entender.
Ora quero e muito conseguir me mostrar,
Mas por vezes me oculto, não querendo mostrar.
E esse ser inconstante eu sempre fui.
As vezes mais boa, às vezes mais ruim,
Mas sempre verdadeira pude me mostrar,

Mesmo quando só parte de mim é o que há.

De uma coisa eu me gabo, vivo a me enaltecer.
De somente EU mesma, compreender o meu ser.

Muitos tentam e alegam, de meu eu saber,
Mas de certo se enganam e não conseguem ver!

Isso é bom ou ruim? Vivo a indagar,
E nesse dilema tentam me decifrar.

Mas descubro que longe da verdade estão,
Todos que me rodeiam, não conhecem a mim, não.

Dizem coisas, relatam fragmentos de mim,
Que não abarcam a verdade toda de meu existir.

Me julgam poeta, e nisso certos estão.
Mas poeta não revela todo o seu coração!

E em partes me lanço e vou por aí,
Todos só veem parte do que lanço de mim.

Só EU sei e me entendo, mesmo se não compreender,
Por vezes meu jeito estranho de ser.

Sei, isso é complexo e sempre há de ser,
Pois só Deus me integra e sabe me ver!

Então me contradigo porque além de mim,
É só Ele que sabe como sou enfim.
Entre saudade e culpa, eu teimo existir,
Preferindo a que menos judiares de mim.
Entre culpa e saudade eu vivo então,
Preferindo a mais turva, que me tinge o chão.
E seguindo entre ela, da tua ausência se faz,
Eu viver a saudade que mais culpa me traz!
Tua ausência não quero dessa forma sentir,
Consumindo o que resta ainda são em mim.
Se me culpo, me aflijo, não penso em ti,
 Pois se penso é saudade a me afligir.
Como vê, nunca posso me livrar da maldição,
Da saudade e da culpa em meu coração.
Admitir é fraqueza, ora força em mim,
Que lhe traz na lembrança que arranco daqui!
Eu te quero e não posso querer te pra mim,
Pois se sofro és minha culpa e não de ti.
Te absolvo e perene ainda vives em mim,
Causando me culpa por amar te assim.
Descobri novos nomes, novas descrições
Que as pessoas tem dado ao que me traduz.
Mas eu sei que é mais culpa e saudade em mim,
Que preenche os espaços de meu existir.
Podem dar lhe outros nomes, outras denominações
A esse dueto que emito e transformo em canção.
Não é bom nem severo eu viver assim,
mas ninguém mais consegue viver junto a mim.
Se há culpa e saudade em meu coração,
Qual será na verdade que me tem nas mãos!?
O tal cutting de culpa ou chorar de emoção,
Tudo isso inebria e turva a visão.
Mesmo cega te vejo, pois consigo sentir,
tua saudade rasgando algo dentro de mim.
Não há paz nem espero assim encontrar,

Enquanto esse dilema a mim assombrar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016


Não precisa ser belo, um poema de amor.
Se não sabem ser isso, o que traduz a sua dor.
Não precisa de delongas para aqui se relatar,
O que só com um "A" gigante sois capazes de expressar.
Nem precisa rima rica, rima pobre ou outra então,
Os escritos dessas almas que requerem atenção.
Se tem rima, melhor penso eu assim que pode ser.
Mas pode ser ledo engano das palavras a me tecer.
Quero o belo ou o sincero? A cadência ou inspiração?
Decadente é que destoa essa nova emoção.
Não traduzo, mas eu tento, me fazer compreender,
Crendo que outros também querem por mim se reconhecer.
Ninguém sente sozinho, mesmo se sozinho está.
Eis a dádiva divina que Deus faz compartilhar.
Não precisava ser belo, mas beleza sempre há,
Quando há amor sincero querendo se revelar.
Não nos deixa, não se sente sem ele a gente ser,
quando se descobre a dádiva do que há dentro do Ser!
És magia e realidade convertida no existir,

Algo concreto e abstrato que só Deus faz existir!
Só uma mãe sabe bradar!
O resto é coisa salutar.
Só uma mãe sabe lutar,
as outras "dançam" num altar,
pensam ter o que não há,
pois só quem mãe tem o que amar!
Nada existe então igual,
ou que pareça isso então.
Se apaixonam, desesperam,
mas não conhecem o Amor!
Só quem mãe sabe doar, de peito aberto a se dar,
por inteiro e toda
Sendo benção a reinar! 
Como santa a equiparar, como virgem mesmo a dar,
Seu afeto cautelar, vindo um filho abençoar.
Só quem é mãe pode vibrar, intensamente ao se notar,
no filho parte descendente, trazendo partes de seu par.
Amor de mãe a coroar, com choro a tristeza que há,
por ter um filho a se acabar, querendo a vida continuar.
Só quem mãe vê o perdão, destes que todos buscam em vão,
Porque só assim contemplação de Deus é feita em ti ação.
 Só quem mãe tem remissão pra errar vendo lograr,
pois não há mais nobre motivo, que tentar mãe se virar.
Não se nasce, se transforma, nessa coisa linda então.
Há pesares, mas são eles, que vos criva o coração.
Quando mãe és criadora, da fábula de outro ser!
Se comparando a deidade que fizeste então você!
Se escrevo é porque posso com propriedade afirmar
Que jaz somos abençoadas, sendo mãe a relatar.
Filho amado, filha bela, nunca má ireis ficar,

Diante de vosso seio que foi feito para amar!

Descobri um calabouço!
És medonho e nele ouço...
São ecos a ressoar do que um dia fui ditar.
Era um mundo agora é só poço,
cheio de vazio o calabouço.
Se calo, ainda ouço!
Se grito, é tosco!
Assim chamam, assim me lançam!
Jamais vira coisa igual! 
Um locus surreal que teimou em existir.
E eu nele estou aqui,
E em toda parte ele a existir,
Em frangalhos bem assim...
Sem saber bem onde ir,
Vou ficando...
Nele entro e sumo daqui.





A quem escrevo? A quem faço menção? Não terá rivais aquele que amar a si mesmo. 
Mas...Escrevo a mim ou a ti escrevo?
Amo mais a mim ou a ti?
Saberei eu o que é de fato o amor?
Por que indago se creio saber as respostas?
Será que as tenho mesmo? Alguém as tem?
Busco perguntas ou respostas?
Sou poeta transloucada ou outra coisa indecifrável?
Quem me decifra? O que me traduz?
O que me consome some? É disforme?
O que sinto deveras sinto ou apenas "penso" que sinto?
Existo porque penso ou apenas penso que existo?
Viver é indagar ou buscar respostas?
Isso é arte ou só de mim parte?
Quem sabe é quem fica ou quem parte?
Se preferir...

Descarte!
Talvez ninguém saiba como nasceu o sentimento.
Nem você nem eu saibamos.
Por isso nos importamos em "tocar o barco"
E na curva do rio da vida a canoa balançou e nos juntamos.
Houve toque e sentimos o calor,
Ou melhor, vivemos o calor.
Daí não haveria mais adeus.
Esquecemos diferenças, defeitos e passamos a nos moldar.
Passamos a viver mais o que havia dentro de nós,
Que o que estava fora.
E o sentimento livre e espontâneo foi nascendo...
Então, qualquer força maior poderia nos separar,
Mas fracassaria em nossa alma, pois nos tornamos UM!
A distância jamais seria tortura,
Pois não há tempo nem espaço a quem ama.
O amor é abstrato.
Caminha invisível dentro da gente.
Abstrato....
Como a hora e o lugar onde nossas almas confabulam.
E nem todos os vocábulos do mundo poderiam definir o que o amor é capaz de fazer!
Quando pessoas se amam,
Não dominam umas às outras, apenas se completam....

E deixo qualquer texto que tente traduzir incompleto....

sábado, 19 de novembro de 2016

Amor Da Essa...




Faz-me rir vida!
Oh, não me faça por mais chorar!
Crucificar os desejos,
É prender-se e não amar.

Sentir os sentidos e tatear as ilusões,
São ruínas comuns a muitos corações.
Fazei-me compreender, mesmo que não veja,
Ou então,
Cegai os olhos de minha mente,
Para que assim, apenas contemple
A imagem translúcida e perfeita do amor.

Para quê nele pôr mais dor,
Se por mais dor que se tenha,
É sempre querido o amor?

Oh vida! É isto sim. De fato que é.
Então, fazei com que mais eu ria,
Pois por mais dor que eu tenha,
Não tenho amor nestes meus dias.

Caem as folhas, as folhas secas
Ou arrancadas ainda verdes, caem;
E consumo em queda livre a vida,
Sem cor, a secar-me mais.

Aqui o choro que não se faz riso
E o riso que nem é riso ainda,
Fundem-se nos lábios trêmulos,
E aguardam um sinal de vida.

Oh vida! Dê-me mais vida para ser vivida,
E as vidas presas, algo a ser prezado!
Dai amor para ser sentido,
Ou sentimentos para sermos amados!
Dai amor para termos e senti-lo,
Ou sentidos, para termos cuidado;
Dai amor para fazer-nos sentir
Ou vivos, ou só um pouco amados!








                                                     Conhecer o Caminho



Quando conhecemos nosso caminho,
Devemos ter coragem suficiente para dar passadas erradas.
As derrotas, decepções e o desânimo
São armas que Deus utiliza para mudar a estrada.

Visão de mundo é enxergar o mesmo mundo , por ângulos diferentes,
E ver que este mundo também muda a gente.

Sim, o mundo se transforma , sem dúvida,
E nós somos parte dessa transformação.
Nós nos guiamos e os anjos nos protegem de nós mesmos,
Pois a cada momento, colocamos as passadas de nossas pernas em jogo,
Apostando que nunca iremos cair...
Nem em tentação...
Amém! E amem... 




OS CAMPOS




Quem dera esses campos fossem outros
Não um outro esboço
Mas como em outros tempos
Simplesmente fossem toscos.

Quem dera aquela outra paisagem
Outra cara, outros ares,
E não austera da vontade
Deste campo abrasador.

Os achados tão perdidos
E os contentes escondidos
Em meio a infelicidades,
Em meio a tanta dor.

E a vontade...
Quem dera agora aqui...
De pisar na grama verde
De matar a grande sede
Da terra fértil e esmorecer
Da tal vontade de sofrer e ver sofrer.

Onde se está deixam pegadas
Da desgraça estacada
Neste solo ruim de ver.

Vem vermelhas, vem cortadas,
As flores mais estimadas
Em todas as partes tão manchadas
Deste sangue que se vê.

Quem dera a primavera
Encarcasse nestes troncos,
Nestes torsos de desgostos
Flores novas por aqui.

Quem dera aquela sorte
Aos que fazem da guerra forte
Fosse consumada mesmo aqui

E esses campos de outros tempos
Hoje cheio desses “fortes”,
Não fossem os campos da morte.

E germinasse aqui desgosto
A estes vermes da discórdia
Ao ver os idos tão dispostos
Renascidos diante de seus rostos.

Esses campos de minha memória
Que hoje não Amim assola,
Cultiva outra geração:
Árvores da vida,
Frutos da morte,
Sementes do arrependimento...
Um remorso no coração.

Quem dera desse a sorte
De olhar os campos dos montes
E ver os frutos da imaginação,
E não, a real destruição... 
Nas Rédeas De Uma Sociedade


Eu queria achar feio os meninos de rua, mas eu acho linda a esperança de cada um deles.
Eu queria achar feios as “mulheres da vida”, mas eu acho maravilhosa a fibra tirada do ímpeto oculto, superando os preconceitos.
Eu queria achar feio os homossexuais, mas eu acho esplêndida a liberação dos desejos, amando ao outro, sem se importar com outros.
Eu queria mas não posso.
Eu não poso achar feio o problema do menor, quando na verdade o problema é do maior. “O problema é do menor abandonado?”Ah não, é do maior abandonante mesmo...
Eu não posso achar feio as mulheres da vida, quando tantas camufladas não fazem as claras e querem dar a lição.
Eu não posso achar feio dois homens se amarem de um lado, enquanto na divisa, outros tantos se matam, machistas, por se estranharem e odiarem .
Eu não posso, mas eu quero.
Eu quero achar feio o preconceito sem razão, o descaso, a deixa, o fingir que não há; porque não quero que me deixem , que finjam que eu não existo, que me tenham descaso e me ocultem sem por quê.
Se querer pode ser poder, então, por que eu não posso?
Eu poso ser como eles, tentando não fazer o que a sociedade quer que eu faça, formando grupos excluídos e tentando ser feliz.
Eu posso ser como eles, libertos das correntes criadas por todos, se soltando de suas repressões, desinibindo e sendo mal compreendidos.
Eu posso ser como eles, não obedecendo àqueles que não tem o direito de mandar, não aceitando as opiniões daqueles que não tem o direito de criticar.
Eu não posso ser como tantos me dando o direito que não tenho por direito; criticando outros por conseguirem fazer tudo aquilo que eu tenho vontade de fazer mas que não faço, por viver única e exclusivamente nas rédeas de uma sociedade...
Uma sociedade onde quero ser socialista, mas não me deixam;
Onde quero ser humilde, mas não me deixam;
Onde quero ser feminista mas não me deixam;
Uma sociedade onde quero ser apenas eu...
Mas não me deixam! 


                                                             Lágrimas Secas



Quem anda pelas lágrimas perdido,
Sonâmbulos dos gelos flagelados,
É quem deixou para sempre esquecido
O mundo e os simples acontecimentos do passado.
É quem cruzou campos de guerra e de paz,
E exitou demais.
É quem pegou raios de sol e de chuva,
E entre muitos e muitas, lutos e lutas,
Permaneceu cantando.

Quem andou pelas lágrimas perdido,
Não mais estará vagando.
Suas lágrimas secaram.
Sentiu medo e continuou andando... 


                                                                 Tenho Pressa




Tenho pressa!
Teu amor já não me resta
E restei da guerra de amar.

Viverei cada segundo que houver
Sem querer cessar,
Para sugar todo o caldo de amargura
Que no caminho restar.

Quero chegar cedo!
Não mais sentir entre os dedos
O calor das palmas se afastando...
Contemplarei os vivos,
Vivendo também apressados,
Morrendo aos poucos, exaustos
E derrotados na luta de amar.

Viverei com a ausência dos tormentos tortuosos
Das paixões arrebatadoras,
Pois quero me sentir livre na morte
Do que já mais pude na vida...

E restei...nesta vida minha sem amor na vida,
Teu amor já não me resta!
Então, não me faça restar... 


                                                Esse Ser Tão Estranho



Quem é você? Esse ser tão estranho...
Ser que chora sem saber porque,
Ser que ama sem saber amar,
Ser que sente sem saber o quê,
Ser que humilha sem saber tratar,
Ser que sonha sem saber sonhar.

Quem é você?
Que pode mas não sabe, e se revolta com outros porque sabem e já não podem mais.
Quem é você que quando o dia amanhece começa a desfrutar,
E que quando chega a noite começa a lamentar e se revolta com a vida por não vê-la passar?

Quem é você? Esse ser tão estranho...
Ser que odeia querendo amar,
Ser que grita sabendo cantar,
Ser que briga desejando a paz ,
Mas por dom, dificilmente a faz! 


                                              A Guerra Da Ignorância






Outro dia, ouvi a televisão noticiar mais uma guerra:
"A Guerra Da Ignorância!"
E eu quis declarar guerra contra ela.
Preconceitos estreitos não permitiram que uma nação enxergasse um só Deus.
E tentaram dividi-lo.
Dividiram Deus ao meio e cada grupo afirmava que sua parte era a verdadeira;
E no meio disso, havia uma bandeira de um terceiro grupo que clamava a união, gritando:Guerra Não!
Na disputa valia tudo: pisar, massacrar, ser fariseu, até matar em nome de Deus.
Mas ele inteiro permaneceu.
Somente ele une, somente ele separa.
Mas o povo aqui é quem declara guerra contra suas leis; guerra outra vez!
E Deus nada fez.
Apenas quis que compreendessem que a guerra ignorante é como a da formiga X elefante.
É a Guerra contra Deus! 
Talvez Um Alter Ego




Eu Caminho pela noite,
E Recolho fragmentos de meu Ser.

Os encontro pelas esquinas,
Percorrendo as madrugadas,
Seguindo, em frangalhos,
Outros personagens,
Espectros dilacerados dessa Sociedade...

Pobres Almas condenadas...

Em tudo, iguais a mim...

São imortais em sua essência –
São reflexos de outros seres,
São tão normais...
Assim tão camuflados... 

P.Pettine


Quem Me Conduz




Quem me conduz ? Seria apenas o acaso ?
Serei eu mesma a condutora de minha vida ?
Entrego-me à sorte, como um barco à deriva...

Certa vez me perguntava se mesmo fazendo escolhas, optando por caminhos nas muitas encruzilhadas,
meu papel não seria, simplesmente, trilhar labirintos já formados,
e se nos restaria, apenas, fazer as escolhas acertadas, para não nos defrontarmos com o Minotauro ao final desta jornada...

Assim, apenas por me sentir um pouco dona desse arbítrio, tomo certas decisões, procurando burlar a minha própria sina.
Salto do caminho, sem um propósito definido, apenas para retomá-lo mais além, procurando não deixar pistas nas picadas,
iludindo-me do poder divino que, decerto, não o tenho, enganando-me das decisões que, na verdade, não tomei.

O que me conserva, então, a Vida ? O Amor? Pois, se a paixão existe – e isto posso assegurar-te –
então, vale a pena viver, mesmo que somente em pensamento !
Poderia, assim, para concluir, dizer que te amo, e que por isso, Existo ! 

P.Pettine

Sobre Vida




Não custa pensar que o melhor da vida,
Seja o que não foi vivido.
O que vivemos é morto, é ido.
E nele não está contido aquilo que jamais teremos.

O que foi vivido é vão, se esvai,
E o que não foi,
É contínuo,
Sempre teremos mais.

Sabemos o que somos,
Prevemos o que poderemos ser,
Mas nunca saberemos
O que não poderíamos ter sido.

Contudo, isto lido,
Sabemos no real instante,
Que quanto mais se vive,
Nunca se vive o bastante.
P.Pettine
Descrevendo Um Poeta





Creio que de mim, dei apenas a melhor parcela:
Palavras destiladas lentamente,
Como o suor das pedras, após as tempestades.

Prostituída do desejo de criar,
Em versos desatentos,
O meu próprio Universo,
Acabei por me entregar
à mais antiga profissão dos pensadores.

Povoei meus mundos
Com a Vida que me foi negada em vida...

E surpreendi-me
Na desilusão da realidade...

Metáfora das metáforas:
A essência poética
É uma vivência hermética !

Busca, o Poeta, ocultar, em suas palavras,
O sentido da sua própria expressão.

Em cada figura, uma armadilha
Ao leitor desatento:
"Não me lerás assim, tão facilmente !
Decifra-me e, ainda assim, te enganarei !"

Posso afirmar que não há segredo mais guardado
Que a Alma do Poeta !
Ele não tem compromissos...
Nem Razão !

Busca, na contradição,
Distrair, do leitor, a atenção.
E, nos melindres de sua paixão,
Despistar sua própria emoção.

Sofre, com as Palavras !
Não somente com a Alma...
Devora-lhe o temor
De ser, um dia, desvendado
Pela interpretação, desmascarado,
Exposto à crítica,
Ao mais vulgar entendimento,
Qual um texto banal...

Assim, fugindo à lógica,
Persegue, em tortuosos labirintos,
Encontrar a sua própria, e ainda que absurda
Verdade ! 
DESEJO




O desejo é como um torpor que levando à ânsia,
Mantém na mais cruel inércia aquele que o possui.

Os que interrogam ao desejo sobre suas nascentes,
Perdem-se nas reticências inércias de seu entorpecimento mental.

Desejas, com veemência,
Saberes por que tão carregados de tal impulso arrebatador
Sois capazes de estar.

E descobrindo-se ao avesso, entre as instâncias da incerteza,
serás capaz de mobilizar o estático e saciar-se
no esplêndido desconhecido de teu ser.

E lerás...
Nas entrelinhas de teu desejo, uma tênue indução
às mais inquietantes indagações de tua alma.

E buscará o desejo, não tão somente a quê deseje.
O ato em si,
não um objeto qualquer que suponhas ter-lhe força de motivação.

Flamejando no auge de uma inquietação inigualável,
Serás capaz de sorrir nas manhãs cinzentas e frias,
e até mesmo em meio as noites de solidão.

E findar-se-á numa via de mão única que não lhe caberá saber,
se parte de teu peito rumo à alma,
ou desta, até chegar-lhe ao coração.

Fragmentos do livro Metabólico 6


Não durmo.
Não cesso de te traduzir
Aqui em palavras, fluindo em mim.
Se faz avalanche de ideias então,
Que surgem escritas pela minha mão.


Não durmo.
Não cesso de te resumir,
Aqui em palavras, fluindo de mim.
Se faz tão gigante você então,
Que mal pode conter-lhe o meu coração.

Não durmo e acordada
Vou pensando em você
Atravessar outra noite,
Em claro a escrever.

De uma margem à outra
Não dou margem a questão
E às sobras de dúvidas
Que surgem em vão.

Pouco importa a hora ou a ocasião,
Te traduzo e transformo
Também em canção,
Feita por mim tão ligeira
Vinda de inquietação,
É dessa maneira
Se revela a paixão.

Sem dormir e acordada
Pensando em você.
É bem desse jeito
Que consigo viver.
********************************************************

Se a vida é um rio
Tu desaguas em mim,
Me fazendo oceano
Como um barco a surgir
Em tua margem
Meu leme seguindo a ti
Nesse rio da vida que te lança pra mim.

Sou jaz oceano
Me fazendo então,
Um bote atracando
Em teu coração,

Pois nesse mar de vida
Te encontrei e não,
Eu não acredito
Que tudo foi em vão.

Tu guiaste teu leme
Sempre rumo a mim,
Ainda que assim
Não gostasse de vir.

Atracando em meu porto
Se fincou a mim
Que no mar de meus braços
Abarquei a ti.

Nesse rio da vida
Desaguou então
O bote salva-vidas
De teu coração
Que salvou a mim
Tão imersa em ilusão.

Nesse trocadilho teimo em insistir.
Você é meu porto.
Atraco em ti
Ainda que ventos
Me movam daqui
Há de sempre haver corrente
No entorno a existir.
Que se afoguem as mágoas
Que teimem em vir.
****************************************

O dia desponta apontando a mim que é hora de ida, de partir daqui.
O dia desponta se mostrando na luz de um sol que ofusca
O que a mim seduz
Que é parte da noite, e já se foi então
Porque agora é dia no meu coração.

O dia desponta apontando aqui
Que há dentro dele o que se extrair
De olhos abertos
Agora, então,
Ainda que ofusque a minha visão.
Na luz desse dia desponta pra mim
Tudo o que não queria
Saber existir
Que a noite enfim parte,
Te levando de mim.
*****************************************

Me julgam teus olhos
Que vermelhos estão.
Me julgam mirando
O meu coração.

Me julgam teus olhos
Só querendo ver
O que me afeta,
Não o que há em você.

Me julgam teus olhos
Mirando em mim
Com mira certeira
Querendo atingir
Minhas falsas derrotas
E o que conseguir.

Me julgam teus olhos
Sempre a me julgar,
Ainda que errante
Não me possa encarar
Dentro de meus olhos
Não quer estar então,
Porque te enxergas
Em reprodução.

Refletido em meus olhos
Se mira em mim
Com a visão distorcida
Que trazes de si.

Me miram teus olhos
Vermelhos que são,
Inflamados, cegos
Só vendo ilusão.

Mirando miragem
Em reprodução
Reflete os meus olhos
Pelos teus então.
***************************

O meu ser já se cansou
De tanto resistir,
E agora cansado
Só pensa em partir.

O meu ser já exausto
Só resistindo está,
Por este momento
Que é tudo o que há.

Já não vê o passado,
Nada mira então,
Cansado esse ser
É só solidão.

O meu ser já cansado
Pensa em desistir,
Mas ainda perdura
Existindo aqui.

Sem nenhuma vontade
Ou emoção,
Esse ser quer partir
O mais breve então.

Sem rumo não sabe
Que trilha seguir
E assim vai parado
Querendo seguir.

Vive de paradoxo,
Meu ser então,
Que já não nutre nada
A não ser negação.

 Esse ser já cansado
Ferido está,
Aguardando o momento
De se reinventar.

Já não nutre desejo,
Nenhuma paixão.
Esse ser machucado
É só solidão.

Esse ser nessa trilha
Obtuso está,
Já não vê mais saída
Para recomeçar.

Se a causa é perdida
Para esse ser então,
Nada mais adianta
No seu coração.

É deserto e saudade,
Mas também é vazio,
Esse ser revoltado
É um ser arrediu

Que não sabe o que cabe
No seu coração
E por isso alimenta
O que é ilusão.

Esse ser atrelado
Ao seu ser está,
Sem saber qual a causa
De assim estar.

Ele quer liberdade,
Quer condição
De agir por si mesmo
Sem repreensão.

Esse ser te reflete
E pode ser você
Que alienado se esquece
A razão de viver.

*****************************************************************************
Nasce de mim
Ideias sem fim
Que surgem brotando
Procurando a ti.

Ideias travessas,
Malvadas por vez,
Que a ti perseguem
E te fazem refém.

E presa em ideias
Que aqui estão,
Revoltas que partem
De seu coração.

Parecem ingênuas,
Mas assim não são.
São ideias que causam
Constternação.

Te afligem, te atacam
Incomodam e talvez,
Essas ideias tortas
Possam partir de vez.

Não convém dar guarida,
A elas descrever
Sua forma disforme
Que assim se fez.

Se apresentam as ideias
Nocivas então,
Não são boas nem podem
Trazer remissão.

E assim insistem
Em mim habitar,
Ideias obtusas
Sempre a me cegar.
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Te preciso em minha posse.
Por mim há de estar
Sempre disposto e a postos
Pronto a me amar.

Te preciso no agora e no depois então,
Pra trazer algum sentido
Ao meu coração.

Te preciso com presa,
Divagando em mim.
Tudo o que me resta
É tê-lo pra mim.

Meu desejo é de posse,
Ainda que ruim,
Te reverto e com sorte
Te trago pra mim.

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Não posso recomeçar,
Refazer minha lição.
Quero é começar de novo,
Nova história,
Outro refrão.

Não posso recomeçar,
Refazendo tudo em mim
O que já foi transformado
Transformando tudo enfim.

Não posso recomeçar,
Quero tudo então zerar,
Fazendo nova contagem
E nova vida levar.
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Estou aqui cintilando e ninguém vê.
Estou apagada e aa morte
Está presente e ninguém crê.

Estou clamando à sorte,
Sorte que ninguém tem,
Mas que quero como norte
Pra minha sorte reverter.

Trago “M” como marca
Que cita desolação,
Sinalizando a morte
Como minha salvação.

Ninguém vê e ninguém pode
Alterar a condição
De quem nasceu já sem sorte
E só tem a morte então.

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Sem forma e sem tamanho,
Sem medida ou proporção,
Se achega machucando,
Arrasando o coração.

Não é possível descrever
O que é saudade de você
É o que parece não ter fim,
Algo abstrato aqui em mim.

Metabolizando,
Racionando a emoção
Não há de haver engano
Pra quem segue o coração.
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Na última hora

Quem nunca ouviu dizer pra não se ouvir a quem lhe sorri,
Pois quem lhe sorri te engana e quem te ama sofre por ti?
Quem nunca ouviu dizer pra jamais nunca dizer,
Pois vai querer que se afaste pra mais perto haver de ter?

Quem nuca sentiu algo estranho, sem forma e sem nem tamanho,
Chegando até que manso, sufocando o coração?
E ouviu de alguns insanos com desforra em seus enganos,
Que tal fato era nada se tão grande ele era então?

Ainda que te digo: “te conheço, és meu amigo!”
Desconfie, não hesite, posso aqui falhar contigo!
Mas ainda que me digas que és seguro em quem confias,
Digo que há falsas vitórias e que estás em um abismo.

Se ninguém vive sozinho, falso amigo há de ter!
Mas este corre o mundo esperando amadurecer.
Então não espere, seja agora, pleno e todo por você
Pra que sejas a mudança que quer no mundo poder ver.
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O que fazemos qdo não há mais expectativas positivas?
Quando nossos sonhos e esperanças se frustram?
Quando a tristeza invade o peito e a mente por completo?
Quando começo a refletir, o coração palpita disritmado
Ou os sentidos falham ou então eles tomam noção do estado “real” das coisas
A mente pede sossego, o corpo descanso, o coração clama ser amado!
Alguém q ouça, q saiba ouvir, q queira escutar...
Alguém pra me tirar desse estado!!!
Poço fundo, mergulhei num rio sereno e deparei com águas turvas e profundas
A cor do leito não é mais a mesma
A maré não é nada serena
O momento sorriso é ilusão, a alegria é passageira, mas não  consigo mais a conduzir.
O fogo quer consumir o que está inflamado
Sem motivação, sem nexo e sem conexão com o mundo das possibilidades virtuosas.
O q me resta? O q resta pra mim?
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Me aquece então a alma
Como ti sabe fazer.
E transforma então em cala
Esse turbilhão que vê.

Leva longe de mim para
Nunca mais poder fazer
O meu brilho ocultado
Sempre longe de você.

Me traz perto de tu chama
E aqueça sobre mim
Esse sol que ali se esconde
Buscando o azul sem fim.

Infinita é tua bondade, o teu céu e o teu chão,
Cessa essa tempestade.
Leva embora o furacão.

Me faça feliz agora
E nessa situação,
Fazendo a realidade
Não parecer ilusão.
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Eu escrevi um poema
E fiquei feliz assim
Porque ele traduzia
O que havia em mim.

Eu escrevi um poema
Que mais parece canção,
Pois tem rimas e cadência
Na sua composição.

Eu escrevi um poema
Que vou declamar aqui.
Minha sorte não é pequena
Porque eu sobrevivi.

Enfrentei por vez a morte
Viva diante de mim
Mais de uma vez bem forte
Eu sobrevivi, enfim.

Eu escrevi um poema
Que chamou minha atenção
Nasceu de mim dilema
Já solucionado então.


P.Pettiine

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Acróstico PETTINE PRIT

P rofessora
E special
T rabalhadora
T emperamental
 I nsuprível
 N atural
 E scritora

 P ositiva
 R acional
 I  nsurgente
 T ranscendental