sábado, 16 de fevereiro de 2019

Um pedacinho da infância...

Por  um tempo, por alguns anos, eu tive um pai, desses de fato, não um pai só de copular (tb tive um calhorda desse...), mas um pai de dar afeto, amor, ensinamentos…Tive momentos felizes na minha breve infância junto de minha mãe, deste pai de alma e coração e de minhas irmãs.

A felicidade não estava aqui. Ficava em outra cidade, ela morava numa vila, numa casa com quintal, e eu com ela rodeada de crianças a compartilhar brincadeiras, festas de ruas na vila, histórias perto da fogueira, andar de bicicleta, rolês de patins, treinar o que eu seria  no futuro brincando de escolinha...
Descobri o valor da amizade, a sensação de ser criança em segurança naquela vila, estudando na melhor escola do mundo (ao menos para mim, sempre será a mais importante de todas).

Breves momentos felizes que muito significaram e significam, que delinearam minha essência, que são refúgios, momentos bons aos quais busco me remeter quando preciso buscar abrigo em mim.
Nada retira da pessoa suas vivências, suas experiências que são únicas. Apenas eu sei o valor que cada coisa que vivi teve a mim.

Eu nem sabia que teria irmãs. Mas elas vieram e foi muito bom. Tínhamos crianças por todos os lados ali.

Mas quando éramos retiradas do "porto seguro", tudo de mal ocorria e a vulnerabilidade era plena.
Uma mente de criança jamais pode compreender o que é uma briga de casal, nem por que elas acontecem. Muitas vezes, não víamos nada. Éramos poupadas de tudo, preservadas, as brigas ficavam entre eles, e logo se resolviam.
Mas ao estar fora dali a gravidade tomava outras proporções. E o que minha mãe pensava ser refúgio, era armadilha. A família em quem ela buscava apoio, na qual achava que tinha, de fato, não tinha, e seu próprio pai foi a desgraça de toda a sua geração e a maldição das que viriam. Antes tivesse se assentado ali mesmo, se resolvido por telefone, arrumado uma psicóloga quando discutia...
Mas ao buscar abrigo na mãe que vivia seguindo cegamente o marido, sendo a casa dele, casa do pai dela (meu avô materno), tudo se arruinava.
Nada NUNCA deu certo na casa do pai que amaldiçoa a própria filha, de um misógino.

Mas lá na vila que eu amava, onde ela muitas vezes sentia saudades  da
mãe dela, e onde foi tb feliz, ela teve um momento de grande amargura que jamais sairá de minha memória, que comoveu a muitos com sua força e fé, com um AMOR que só uma mãe pode nutrir.
A outra filha que tivera sofreu um acidente caindo da escada e os médicos disseram que ela não teria mais os dentes, que era algo grave...era muito pequena, uma bebê ainda…os dentes novos, e mesmo a bebê já começando a falar, não falava mais e isso retardaria sua fala. Após isso, só jorrava sangue, uma hemorragia absurda, que exigiu cada gota de esforço que uma mãe é capaz de dar.
A mãe que já não dormia, que só vagava, como zumbi, com uma filha nos braços, toda dolorida, e com toalhas no ombro, encharcadas de sangue. Se dormisse, a menina poderia sufocar e perder a vida, e essa culpa ela não iria carregar...
Não, ninguém revezava com ela, por mais que pedisse.
Andava dias e noites, e começaram a achar que estava delirando. Ela falava em Deus, em milagre, que pagaria a promessa se tivesse a certeza de que sua filha seria plenamente curada. Ninguém acreditava.
Eu não tinha o que fazer. Só assistia a tudo, impotente, triste, e depois, no outro dia, me chamavam pra brincar, pra "esquecer" um pouco aquela visão constante. Eu ia. Mas quando retornava, lá estava uma mãe que só orava e chorava com uma filha no colo há dias, semanas…Ela não a largava por nada, mesmo fraca e sem forças.
Se eu tivesse uma mente mais evoluída, talvez tivesse feito algo a mais para suprir, mas eu era limitada…Eu dizia que tudo ia dar certo, pra ter calma, não sei se isso ajuda em algo...

Ninguém quis assumir a culpa pelo ocorrido, e culpabilizaram a minha própria mãe por não estar por perto quando a filha caiu…Uma lástima.

Minha mãe tinha pânico de dirigir (eu tb não gosto muito…), mas ela temia passar por pontes, era uma fobia. Ela achava que nunca iria passar por uma ponte, então, preferia evitar dirigir para não encontrar uma pelo caminho…

Mas ali ela dizia:"Eu pego o meu carro sim, e vou dirigindo sim até Aparecida do Norte sim, pela minha filha sim, eu enfrento qualquer coisa sim, porque eu sei que se eu enfrentar, ela será curada sim. Isso é pra me testar? Eu vou fortalecer minha fé!"

E ficava assim.
Ela não pegava no carro há muito tempo e só quem dirigia era nosso pai.
Então ela teve um sonho. Podem achar que seja um sonho qualquer de quem está muito a pensar em algo. Mas para ela que sabe o que sentia e o que estava vivenciando não era. O sonho foi lúcido e ela o contou. Ela disse que era chegado o momento de ir pra viagem até Aparecida do Norte. Ela não iria sozinha, mas no carro não levaria ninguém que soubesse dirigir, não teria ninguém que a socorresse em caso de algo ocorrer…
Foi minha primeira e única viagem de carro com minha mãe.
Ela levou a sogra, que eu tb chamava de vó no banco da frente (essa vó era crente), e atrás estavam as filhas.
A minha irmã não estava curada ainda, não naquele momento, ainda não falava, ainda não tinha dentes, ainda babava, com sequelas do acidente na escada…Mas ela "sentiu" que aquele seria o momento e se nutriu de coragem e certo receio e fomos.
Ela rezou no carro antes, pediu proteção a Deus e a padroeira Nossa Senhora Aparecida e seguimos…
Ela só olhava pra frente, aflita ao dirigir, parecia um robô. A vó tentava acalmar.
A viagem foi longa.

 E sim, havia uma ponte…
Quando ela surgiu, o carro parou de supetão, e acordei. Vi que era uma ponte a frente. Não muito longa. E ela começou a entrar em pânico.
"Não tem como voltar agora. Você consegue. Já estamos aqui. É só ir devagar." Disse a sogra.
Foi um tempo nisso. Um tempo de respirar, de chorar, se recompor e seguir, pois sabia que não tinha volta e que o único caminho a seguir era adiante.
Ao passar a ponte, nova parada. Agora para chorar por ter conseguido o feito improvável. Mais uma oração de agradecimento que a fortaleceu. E seguimos.
Quando chegamos, fomos direto para o local onde se coloca os nomes para pedir os milagres. Ela acendeu velas enormes, se ajoelhou, ficou lá um tempão e eu observando o local, admirada com tudo ali, tudo novidade para mim.

Eu desde então, nunca retornei aquele local.
Ela tinha pressa de voltar antes de escurecer.
Fomos até a catedral, ela pediu para que o padre abençoasse a filha, ungiu com água benta,  e fez questão de comprar lembranças de que esteve ali, colocando no carro itens de proteção. Tinha terço, imãs de Nossa Senhora, cartilhas de oração…e retornamos.
Só assim, ela foi retornando um pouco mais a vida, crendo que o milagre da cura viria, que ela já teria pago tudo, e que faltaria só receber o milagre no momento que devesse ser provido. Ela tinha muita fé.
Poucos anos adiante, ao retornar a casa do pai dela,  desgraçamento ocorreu comigo, e o dilema foi tão intenso que não houve outro jeito de salvar a família (aos demais​ membros da família) a não ser tirando a própria vida, em ato de desespero, pois toda saída seria trágica e ela buscaria a menos trágica…

O que uma mãe não faz pelos filhos!
Não existe nenhum limite que determine até onde uma mãe possa ir e agir por amor a um filho.
Uma mãe serve a 10 filhos, mas 10 filhos não servem a uma mãe porque filho pensa como filho, não como mãe. É comum a incompreensão e a ingratidão de filhos, filhos guardam mágoas, mães não!
Mães amam incondicionalmente.
Literalmente, elas dão a vida por seus filhos.
Após sua partida, os dentes de minha irmã nasceram, lindos e fortes. A cura foi plena mesmo. Ela não estava aqui para contemplar. Mas sempre soube que isso iria ocorrer.
É comum mães sempre terem mais fé que os filhos… Não que seja uma regra, mas é mais comum. E filhos, guardam poucos momentos bons e cultuam muitas coisas ruins, em geral, que não compreendem, por isso ainda ficam ali dentro existindo.
A compreensão exige esforço, empatia, vontade.
Existem várias versões de um fato e cada um sente e vivência a seu modo. Buscar compreender aos outros e respeitar as ações alheias é fundamental para o crescimento espiritual de todos os humanos.

Ainda sobre essa pessoa com a qual me pareço tanto que é minha mãe... Incrível como ela sempre dava credibilidade às pessoas também. Mesmo vendo a maldade, ela não acreditava…o pai sendo misógino, violento, preconceituoso, patriarca da família, dominador, ela acreditava q era amada…mesmo ele dizendo que "queria um filho homem" e assim, quando ela teve seu filho, este foi retirado dela e ele não permitiu que ela levasse pra morar com ela e o criou como se ele fosse o filho dele.
Disse q garantiria o futuro dele, que ele seria "o filho q ele não teve" e de fato, ele o tratou em berço de ouro e minha mãe teve mais três filhas…eu a seguir, plenamente amaldiçoada por ele.
Ela vinha na casa do pai tb pra ver o filho, mas só podia ver, não podia sair com ele…o pai dela não deixava.
Como pode ela aceitar essas condições. Estes tempos de outrora me revoltam... Mas os tempos atuais tb tem me revoltado.
E o filho dela que virou filho de meu avô, que não foi criado como meu irmão, saiu bem do jeito dele, misógino, preconceituoso, abominável, indiferente ao resto do mundo, e claro, sem amor algum a mãe a as irmãs. Lamentável.
Ele teve boas escolas, fez cursos diversos, virou um ícone egocêntrico de saber inútil, para a que a "mulher impura" que teve que ralar nas escolas públicas da vida, correndo atrás de bolsas de estudo ter de sustentar a todos até hoje e sendo mal falada, criticada. Pois é. Cumpro as funções, vivo conforme a maré, deste mundo não espero Justiça dos homens, pois sei que tenho a de Deus. E sou plenamente abençoada por ela e sou MUITO grata por isso.
Posso deitar minha cabeça no travesseiro sentindo muitas coisas, menos culpa, remorso, dor na consciência. Sei que tenho feito  o máximo que posso dentro das limitações que a vida me colocou. Eu sendo mulher numa família onde as mulheres sofrem tanto…
Fora que sempre foram racistas... Até meus amigos negros são mal falados e eu criticada apenas por tê-los como amigos. Imaginem se minha mãe tivesse tido filhos com um negro e eu fosse essa mistura…sofreria ainda mais. Ela gostava do cantor Luís Melodia que meu avô abominava. Lembrei disso. Ela era inconformada com as injustiças também, por isso foi ser assistente social, achando que poderia fazer um pouco de diferença nesse mundo.
Meu avô era índio, nem por isso abomino os índios. Mas tenho abominado aos homens, pois são raridades os que seguem os preceitos de bem e conseguem evoluir neste mundo, com respeito e amor ao próximo. Exalto aos bons. Tudo o que o mundo prover de bom, deve ser de conhecimento da humanidade, já dizia Einstein e concordo com isso. Não é questão de não falhar, isso todos fazem, mas de ser bom em essência, de ter a capacidade de se arrepender, reconhecer e reparar a maldade que geram e de buscar ser melhor. Essa virtude é para poucos, uma virtude raríssima.

Um comentário:

  1. Na verdade, não há cura farmacêutica conhecida para o diabetes, mas a boa notícia é que “o diabetes é curado naturalmente pela medicina à base de ervas e com a proporção certa de ervas.
    Os médicos disseram ao meu marido que não havia cura e ainda o aconselharam a não pesquisar porque ele não teria sucesso e nunca lhe ofereceram uma solução. Graças à mídia e à internet, onde encontrei o Dr. James @ [drjamesherbalmix@gmail.com], que é um praticante de Raízes e ervas africanas. Eu vi depoimentos e decidimos fazer um teste e graças a Deus hoje meu marido não tem diabetes e disse adeus aos medicamentos para sempre. Depois de ver essas mudanças em 2019, contei a algumas pessoas que conheço sobre o Dr. James herbal misture remédios na África Ocidental, eles usaram e contaram a outros sobre isso e as boas novas sobre as curas à base de ervas do Dr. James continuam se espalhando.
    Por mais interessante que seja, o Dr. James tem cura para doenças como HPV, vírus do herpes, síndrome nefrótica, doença de Parkinson, esquizofrenia, câncer de pulmão, câncer de mama, câncer colo-retal, câncer de sangue, câncer de próstata, epilepsia, doença de Dupuytren, doença celíaca , Doença de Creutzfeldt-Jakob, Angiopatia Amiloide Cerebral, Ataxia, Artrite, Esclerose Lateral Amiotrófica, Fibromialgia, Toxicidade de Fluoroquinolona
    Síndrome Fibrodisplasia Ossificante ProgresS esclerose, Convulsões, Doença de Alzheimer, Carcinoma adrenocortical.Astma, Doenças alérgicas, DPOC, Glaucoma., Catarata, Degeneração macular, Doença cardiovascular, Doença pulmonar. Próstata aumentada, Osteoporose, Lúpus, Insuficiência cardíaca, Esclerose múltipla, Doença de Cushing, , Hipertensão, Doença de Lyme, Câncer de sangue, Câncer cerebral, Câncer de mama, Câncer de pulmão, Câncer de rim, HIV / AIDS, Vírus do herpes, Hepatite B, Inflamatório hepático, Diabetes, Fibróide. basta entrar em contato com ele pelo e-mail [drjamesherbalmix@gmail.com]. Ele é um bom homem e vai te ajudar

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