segunda-feira, 26 de dezembro de 2016





O que não traduzi
Ainda está em mim,
Aguardando algum canto
Pra poder se exprimir.

O que não te disse
Em olhar revelei
Desaguando vestígios
Do quanto chorei.

O que não lhe causo
Eu causo em mim,
E por vezes desabo
Pensando em desistir.

O que não lhe disse
Há muitos contei
E que mal existe
Se só lhe poupei?

O que não falo
Suprimido está
Cravado em meu peito
Sem poder "verbear".

O que não vejo
Vê o meu coração
Tão sensível ao toque
Sutil de sua mão.

O que não penso
Pode não existir.
Penso, logo existe
Algo dentro de mim.

O que não calo
É preciso gritar
Em todos os cantos
Por justiça bradar.

O que não termino
Acabado se vê
Perpetuando minha essência,
Revelando meu ser.

E assim eu termino,
Sem por fim acabar,
O que não impede
De continuar...

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