sexta-feira, 16 de dezembro de 2016



Do meu quarto um som agudo rompe tudo.
Há um corpo sob a cama já desnudo,
E nele uma vontade insana
De ver o mundo do lado de lá
Que toca o som agudo.

Estremece o quadrado em que estou.
Notas altas me ferindo em tom de amor
Faz nascer a poesia entre meus dentes
Este som que acalenta a dor premente.

Ouço imóvel como quem não sente
Nem amor, nem dor, nada aparente,
Mas dentro de mim ficou
Penetrando na mais funda vastidão
Sentimentos inerentes desse som
Que agora transponho em canção.

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