quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Desisti de lutar
Pelo seu amor
Que não me apetece
E só causa dor.
Desisti de doar-me
A quem não me quer
Com postura imponente
E fibra de mulher.
Desisti de brigar
Tantas lutas em vão
Que só nos divide
E não traz união.
Desisti das tolices
Que mostram a mim
Esse mundo e sua gente
Sempre a me ferir.
Desisti sem delongas
De me flagelar
Por não ter a quem ame
Mas tendo quem me amar.
Desisti por tantas vezes
De por ti brigar
Portanto, não temos
Mais que duelar.
Desisti da vontade
De não desistir,
Pois não existe metade
A nos dividir.
Desisti prosseguindo
Sempre a desistir
De entregar os pontos
Antes de partir.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
O que não traduzi
Ainda está em mim,
Aguardando algum canto
Pra poder se exprimir.
O que não te disse
Em olhar revelei
Desaguando vestígios
Do quanto chorei.
O que não lhe causo
Eu causo em mim,
E por vezes desabo
Pensando em desistir.
O que não lhe disse
Há muitos contei
E que mal existe
Se só lhe poupei?
O que não falo
Suprimido está
Cravado em meu peito
Sem poder "verbear".
O que não vejo
Vê o meu coração
Tão sensível ao toque
Sutil de sua mão.
O que não penso
Pode não existir.
Penso, logo existe
Algo dentro de mim.
O que não calo
É preciso gritar
Em todos os cantos
Por justiça bradar.
O que não termino
Acabado se vê
Perpetuando minha essência,
Revelando meu ser.
E assim eu termino,
Sem por fim acabar,
O que não impede
De continuar...
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Sabe essa tal vontade
De escrever e de pintar
Que vem surgindo há dias
Traduzindo o meu pesar?
É coisa por demais divina
Se assim eu perceber
O nascer de tanta arte
A partir de meu sofrer.
Promovendo a catarse
Sigo traçando à mão
Poesias e encartes
Que refletem o coração.
Vou pintando em luz e sombra
O que era só escuridão
Colorindo e dando forma
E chamando a atenção.
Até eu me surpreendo
Com essa ânsia de ilustrar
De todo e qualquer modo
O que poderia ocultar.
E fraseando me revelo
Pinto um quadro do meu ser
Que nem todo o tempo é belo,
Mas marcante há de ser!
Sua imagem
Descortinando a madrugada
Vem sua imagem a me tomar
Sem permissão alguma
Pra querer me assombrar.
Mudo o foco, troco o lado
Para desbaratinar
Sua imagem que me surge
Querendo me cegar.
Mesmo sem querer lhe vejo
Em qualquer canto que olhar
E tudo te lembra tanto
Que nem quero mais cantar.
Quis tirar lhe da cabeça,
Mas não me sai do coração.
Como querer que te esqueça
Se reside em mim então?
Te pronuncio a todo instante
Em ato falho a me tomar
Teu nome chamo bastante
Mesmo sem querer falar.
Se alguém me indaga ou interroga
Sobre algo de você,
Mudo logo o tom da prosa
Para ninguém perceber
Que ainda carrego em mim
Essa saudade de você.
Ao meu amigo Neemias
Ter ou desejar
Indagando ao desejo
Sobre algo de você,
Se mantenho este desejo
Mesmo sem poder lhe ter.
Se o tivesse sem querências
Vontade não ia ter,
Mas de que vale a ânsia
Se não puder acontecer?
Tão cruel esse dilema
Ao ter que escolher
Se prossigo o desejando
Tão distante de você.
Poderia tê-lo um dia
Sem poder me apegar,
Só por uma noite, um dia
E nunca mais te desejar.
Mas escolho esse tormento
Que é muito desejar
Sem lhe ter nenhum momento
Pra nunca deixar de amar.
domingo, 18 de dezembro de 2016
A vida com borderline
Vivendo com esse dilema que poucos compreendem...
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
A Noite
A noite surge violenta,
Alucinando a mente
Amortecendo as dores.
A noite surge a rasgar
Meu senso de ilusão
Confundindo minha mente
Pelo sim e pelo não.
A noite surge fria
Congelando a inspiração
Juntando nossos corpos
Na mais tétrica atração.
A noite surge faceira
Sem querer bem se mostrar.
Em noite de lua cheia
Andarilhos querem amar.
A noite surge lasciva
Ocultando a razão
Oferecendo aos amantes
A mais louca perdição.
A noite surge negra
Camuflando a emoção
Que se mostra as avessas
Promovendo até paixão.
A noite surge grande
E criança já não é
O homem nela atua
Perseguindo a mulher.
A noite surge inocente
Como algo que não faz
De sua escuridão latente
A perdição dos casais.
O navegante
O navegante negro
Como o dá canção da Elis,
Atracou em meu peito
E não pude resistir.
O almirante me mirava
E nascia algo ali
Entre a palavra e o toque
A amizade então surgiu.
Nos surpreendeu a noite
Lançando sobre nós
Acontecimentos insanos
Como no mundo de Oz.
Em um dia apareceu
Que há muito o conhecia
E entre você e eu
A liga então surgia.
Temperando a madrugada
Com sua gastronomia
Eu me via fascinada
Enquanto tua voz ouvia.
Em italiano e inglês
Sua língua me ganhou
Traduzindo a tua mente
Que anda a todo vapor.
Sua elegância e teu porte
Nos livraram do azar
Fazendo parecer sorte
A gente se encontrar.
Meu diamante negro
Precioso é para mim.
Homem do mar misterioso
Quero navegar em ti.
Ao meu amigo dos mares que é muito especial para mim.
Há lágrimas em seu olhar
Refletindo a saudade que há em ti.
Enxarcados seus olhos brilham
Mirando a foto que tens aí.
São lembranças de um tempo
Onde havia união,
Vontade, desejo
Que seguras em tuas mãos.
Dois corações jovens
Flertando em Ribeirão
Num jogo de amizade
De RPG ação.
Um passado tão singelo
Repleto de nostalgia
Que faz lembrar de tudo
Nós vivendo em harmonia.
A saudade que derramas
Transbordando em teu olhar
É saudade de quem ama,
Amou e continua a amar.
A menina era muito curiosa.
Nem todos sabiam como era curiosa.
Muitas vezes indagava em tom de prosa
Suas dúvidas, de sua alma generosa.
A menina já nasceu poeta.
Antes de sua primeira poesia vir ao mundo,
Já habitava em seu ser.
A menina sempre insatisfeita é.
Nada é bom, nada agrada como quer.
Se a notam, se omite a esconder
Os melindres de seu mundo, de seu ser.
Serena e meiga outrora bravejando está,
Esta menina moça eternamente a duelar.
Vive em frangalhos, lastima a situação
Que se encontra a menina e o seu violão
Na entoada de uma cantiga de amor
Se revela musicando sua dor.
Do meu quarto um som agudo rompe tudo.
Há um corpo sob a cama já desnudo,
E nele uma vontade insana
De ver o mundo do lado de lá
Que toca o som agudo.
Estremece o quadrado em que estou.
Notas altas me ferindo em tom de amor
Faz nascer a poesia entre meus dentes
Este som que acalenta a dor premente.
Ouço imóvel como quem não sente
Nem amor, nem dor, nada aparente,
Mas dentro de mim ficou
Penetrando na mais funda vastidão
Sentimentos inerentes desse som
Que agora transponho em canção.
Minha arte em verso e prosa se desnuda
E minha alma em sutis traços se revela,
Pois sendo artista vejo o mundo
De forma singularmente bela.
Qualquer senso é motivo
De ilustrar um esboço do momento
Mesmo se não faz sentido
A mais ninguém meus sentimentos.
Meu ser paradoxal
Nem o espelho sabe mais como revela,
Se uma guerreira destemida
Ou uma frágil cinderela.
Minha arte em verso e prosa se propaga
E minha alma em tua direção viaja
Levando de meu mundo os lampejos
Que em tua escura sombra se apaga.
Nem tudo está perdido.
A vida continua
Se ao perder um grande amor
A culpa não é tua.
Se alguém não te merece,
Dentro de ti já sabia
Que história de amor
Como a sua acabaria.
O tempo poderia curar
A grande e premente dor.
A cura seria amar
Arranjando um outro amor.
Desague e desabafe
Isso muito te faz bem
Se por mim é este desgaste,
Há quem não ame ninguém.
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