"Nasceram assim, no âmbito da madrugada e assim os posto."
Existe um monstro tão vil, nefasto,
Tão pernicioso, cruel, malsão,
Que embora nasça do olhar mais casto,
Provoca chagas no coração.
Seu preferido e sutil repasto,
É sorver dores, medos, tensão,
Tornar o espírito em trapos, gasto,
E a mente imersa num turbilhão.
É Baal nas tascas do precipício,
É Judas conflagrando a traição,
Jaz no mundo consumado por seu vício,
Sem amor, o ser cruel da perdição.
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O livro recebido em plana paz,
Ao seio d'alma ansiosa de cultura
É semente que bons frutos traz,
É centelha que em sol se transfigura.
Semente fértil, de virtude rara,
Quantos frutos do saber produz
Livrando a mente de qualquer amarra
Um livro salva lhe trazendo a luz.
Bendito aquele que tão culto faz
De livros, a exemplar semeadura
Aos lugares de treva pertinaz
De onde se esparge a luz que mais fulgura
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Sou a que existe pelo mundo afora
Vestida de mil formas e cores
Em toda parte estou por horas
A fazer graça, trolando dores.
Aos dias atuais, bem como outrora
Sempre a inspirar tão vás amores.
A humanidade já não me adora
Como me adoram os ceifadores.
Sou algo assim, expressando amor,
Criação divina bem inspirada
No olhar de alguns comungo vida,
Aos olhos meus, ela é transloucada.
Ao passo "leve" em que me vejo,
Comungo a arte em catedral,
Tão imponente e adornada
Da festa alegre ao funeral.
Em palácio já és morada,
Em mim uma eterna inspiração
Premeditam sempre as madrugadas
A sorte incauta em que estão.
Priscila Pettine
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