Ninguém viu quando eu chorei.
Ninguém sentiu o que senti.
Ninguém se fez presença.
Ninguém se pôs aqui.
A hora mais escura é uma hora da amargura,
Onde se revelam desencantos,
Onde a dor se transfigura.
Tua imagem que hoje parte,
É presença que me invade.
É sentido transmutado,
Amor idealizado.
Jamais é consumado além da pele a transpassar,
O que a mente cria,
Tão somente a recriar,
São desejos improváveis
Que só a mente há de apagar.
Complicado como a gente
É tudo o mais a nos rondar.
Essa vida, essa gente,
Que se envolve a nos sondar.
Sondando minha alma
Te encontrei bem fundo, aqui.
Utopia visionária
Te enxergar sem existir.
Parecia tão palpável, algo tão material.
Que cegou até os sentidos
Invertendo minha moral.
Nessa vida todos guardam seus segredos de antemão,
Justamente porque temem, complicando a emoção.
Nem tudo deve ser dito, nem suposto logo então,
Pois nem sempre a verdade reside na imaginação.
Antes tudo fosse mágoa,
Antes tudo uma ilusão.
Não haveria história.
Nem tampouco aflição.
Priscila Pettine
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