sábado, 6 de janeiro de 2018



Ninguém viu quando eu chorei.
Ninguém sentiu o que senti.
Ninguém se fez presença.
Ninguém se pôs aqui.

A hora mais escura é uma hora da amargura,
Onde se revelam desencantos,
Onde a dor se transfigura.

Tua imagem que hoje parte,
É presença que me invade.
É sentido transmutado,
Amor idealizado.


Jamais é consumado além da pele a transpassar,
O que a mente cria,
Tão somente a recriar,
São desejos improváveis
Que só a mente há de apagar.

Complicado como a gente
É tudo o mais a nos rondar.
Essa vida, essa gente,
Que se envolve a nos sondar.

Sondando minha alma
Te encontrei bem fundo, aqui.
Utopia visionária
Te enxergar sem existir.

Parecia tão palpável, algo tão material.
Que cegou até os sentidos
Invertendo minha moral.

Nessa vida todos guardam seus segredos de antemão,
Justamente porque temem, complicando a emoção.
Nem tudo deve ser dito, nem suposto logo então,
Pois nem sempre a verdade reside na imaginação.

Antes tudo fosse mágoa,
Antes tudo uma ilusão.
Não haveria história.
Nem tampouco aflição.

Priscila Pettine
Só é bom o que melhora o ser humano! Poesias alimentam a alma! Quem será capaz de traduzir minha alma através de minha escrita?

Poemas sem nome...

 "Nasceram assim, no âmbito da madrugada e assim os posto."


Existe um monstro tão vil, nefasto,
Tão pernicioso, cruel, malsão,
Que embora nasça do olhar mais casto,
Provoca chagas no coração.

Seu preferido e sutil repasto,
É sorver dores, medos, tensão,
Tornar o espírito em trapos, gasto, 
E a mente imersa num turbilhão.

É Baal nas tascas do precipício,
É Judas conflagrando a traição,
Jaz no mundo consumado por seu vício,
Sem amor, o ser cruel da perdição.

                                    
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O livro recebido em plana paz, 
Ao seio d'alma ansiosa de cultura
É semente que bons frutos traz,
É centelha que em sol se transfigura.

Semente fértil, de virtude rara,
Quantos frutos do saber produz
Livrando a mente de qualquer amarra
Um livro salva lhe trazendo a luz.

Bendito aquele que tão culto faz
De livros, a exemplar semeadura
Aos lugares de treva pertinaz
De onde se esparge a luz que mais fulgura

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Sou a que existe pelo mundo afora
Vestida de mil formas e cores
Em toda parte estou por horas
A fazer graça, trolando dores.

Aos dias atuais, bem como outrora
Sempre a inspirar tão vás amores.
A humanidade já não me adora
Como me adoram os ceifadores. 

Sou algo assim, expressando amor,
Criação divina bem inspirada
No olhar de alguns comungo vida,
Aos olhos meus, ela é transloucada.

Ao passo "leve" em que me vejo,
Comungo a arte em catedral,
Tão imponente e adornada
Da festa alegre ao funeral.


Em palácio já és morada,
Em mim uma eterna inspiração
Premeditam sempre as madrugadas
A sorte incauta em que estão.

                     Priscila Pettine
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Só é bom o que melhora o ser humano! Poesias alimentam a alma! Quem será capaz de traduzir minha alma através de minha escrita?