terça-feira, 4 de setembro de 2018

Os pensamentos são as causas de todas as consequências que se produzem no mundo.
Pensamentos não são imunes, nem tão pouco impunes.
É no plano mental que tudo nasce, tanto para o bem quanto para o mal, e é neste primeiro plano que devemos travar nossa batalha.
Cuide de vossa mente.

Quererás abster-te da ação?

Ficar imóvel apenas meditando sobre as causas e consequências das coisas sem atuar sobre elas não traz evolução.
Nietzsche já dizia preferir "os homens que mediram correndo" , onde num momento histórico de tantas necessidades, acreditava que qualquer ação que se fizessem em prol da humanidade seria melhor e mais digna que o mero mover de lábios, estagnados e inertes.

Queres abster-se da ação?

Para alcançar a libertação é mister alcançar o Autoconhecimento e este, é fruto de atos amoroso​s.
A inércia não colabora com a evolução, então, prossigamos na máxima do 'ora e labora' que frutifica, como filosofia milenar.

Você não caminhará se não se tornar seu próprio caminho. Seja você seu caminho.
O viver é todo ele uma experiência pedagógica. Aquele que viver um único dia sem que tenha aprendido nada com as experiências de tua vida, pode afirmar ter perdido a aula, pois se não fosse para aprender, este dia não lhe seria ofertado.

Quando nas Escrituras se afirmou: "Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida", vemos aí uma tríade indissociável, que torna Uníssona a vertente do ser que se guia por entre esses ensinamentos. E se quisermos seguir neste exemplo também devemos reconhecer a nós como verdade, caminho e vida, elementos indissociáveis de nosso ser. Este é também um Dharma budista que denota um axioma crucial à evolução humana.

Talvez seja válido mencionar que apesar de toda ação ser fruto de um pensamento (refletido, irrefletido, moral, imoral, crítico ou acrítico…), há seres que não dispõem dessa faculdade mental do pensar e que também atuam no mundo. Contudo, não é sobre estes seres e espécies que me refiro, mas sim sobre os humanos, dotados de consciência, sobretudo, da consciência da própria consciência, condição esta que já o diferencia de outros seres vivos.

Estas considerações são frutos de pensamentos e reflexões diversas, de filosofias diversas que as constituíram.
O fato de debruçar e estudar determinados aspectos teóricos, de diversas personalidades, de diversas obras, não é o que impulsiona estas ponderações, mas sim, a efetividade, em diversas medidas, em condições práticas, vendo em ação tais teorias se justificando, e assim, fazendo valer o que elas mesmo preconizam, nutrindo de sentido o que se apreende por meio teórico. A teoria é campo de ideias, mas se elas  impulsionam ações, também favorecem a prática e só na junção de ambas a efetividade de sentido se completa.

Estas considerações são mais um ensaio, no qual a apropriação particular (sempre subjetiva), de diversas vertentes, se conflagra nas conclusões que teço aqui. São escritas como "minhas verdades", coisas que acredito ser elos comuns a todos. Por tais motivos, estão aqui expostas, não para serem debatidas, mas de modo descritivo, evidenciando "constatações" que se mostram aceitáveis e válidas para mim.


Referências

 BLAVATSKY, Helena. A Voz do Silêncio. 1886.Versão portuguesa de Fernando Pessoa, coleção 'Teosófica e Esotérica',1916.

 NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal: Prelúdio de uma filosofia do futuro. 2.ed. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São
Paulo: Companhia das Letras, 1992.

GUNARATANA, Bhante. A Meditação da Plena Atenção. Mindfulness in Plain English . Edições Casa de Dharma, 2005.

Dorion, Louis-André. Compreender Sócrates.Editora: Vozes.



quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Empecilho


Quando eu quis partir,
Tentaram me impedir
Mas enquanto permanecia,
Ninguém esteve aqui.

Ninguém sofreu comigo
Os momentos de dor
Nem suportou o dilema
Que a mim se mostrou.

Ninguém deu atenção a uma reclamação,
Um pedido, um apelo, uma visitação.

Ninguém manifestava a mais leve emoção
Em minhas conquistas vividas até então.

Ninguém se doeu
Quando eu reclamei
De omissões e ausências
Que tanto se fez.

Ninguém fomentou
A gana de viver
Que havia presente
E se apagou sem se ver.

Ninguém exaltou a virtude do ser
Sempre relutante
Que teimava em viver

Ninguém fez menção
Do quanto vivi
De todas conquistas,
Nem do que senti.

E agora me julgam por querer partir
Já em muitos pedaços,
Fragmentos de mim.

Me impelem coragem sem reconhecer
O quão corajosa
Essa vida me fez.

Não citam as conquistas,
Virtudes, paixão.
Só criticam uma escolha
Que é de minha intenção.

Ninguém notou uma vida
Cheia de ideais,
Pois andavam ocupados
Criticando demais.

Ninguém tem propriedade de me impedir
No meu livre arbítrio,
Se não torceu por mim.

Ninguém pode ser empecilho na ida
De quem sempre na vida,
Foi tão impedida.

Ninguém pode ocultar a verdade que é
Ter parcela de culpa em cada decisão
Que outros tomam na vida
Pelo sim e pelo não.

Ninguém pode omitir
Que tentaram viver
Interferindo na vida
De um outro ser

Privando de ser pleno,
Dono de si,
De erros e acertos
Que só competem a mim.

E se fazem empecilhos
Por mais uma vez
Impondo aos outros
Sua hipócrita sensatez.

Sempre a fingir se importar com você
Se mostrando solícito
Sem de fato o ser.

Sem nenhuma ajuda na vida ofertar
Nenhum sacrifício nunca ousaram fazer

E ousados se mostram impedindo a partida
No que não lhes compete
A essa altura da vida.

E sem nenhum pudor ou preocupação
Despontam agora em minha direção
Se fazendo de solícitos, com boa intenção
Sem nunca terem atuado
Para minha consagração.

Sempre aptos
Às minhas fragilidades apontar
Sempre negando
Todas as virtudes que há.

Julgando que podem já me atingir
Nesse trem de partida
Que aguarda por mim.

Fingindo empatia ou preocupação
Me querem de fato, na mesma estação.
Por fora criticam, lamentando eu sair
Numa cena tão tétrica, por dentro a sorrir.

Falam sempre de tudo,
Mas de tudo que é mal
E não viveram nada
De minha vida real.

Não sejam empecilhos
Se sou dona de mim
De meu livre árbitro
Depende o meu existir.

Se depender de apoio ou aceitação
Pra viver  minimamente nesse mundo cão
Vão morrer frustrados,
Pois não terão isso não.

E se escolho a partida
Após muito viver
É  por não ter saída
Nesse caos que se vê

Quem encontra não partilha
O trunfo com ninguém
E torce para que não encontrem
Julgando deles merecer.

A maldade desponta nessas pedras que são
Empecilhos sem vida sugando o meu viver
Parasitas do mal travestidos de bem.

Então já não ligo,
Pois em qualquer situação
Só falam do que é mal
O criando no coração.

Eu não quero ser parte dessa conspiração,
Pois tentei sem medida
Não medir meu viver
Tentando intensamente
Zelar por meu ser.

Tropeçando nas pedras
Postas diante de mim.
Trilhei essa estrada
Que agora chega ao fim.

Nem só de dores
A viagem nessa terra se faz
E nessa passagem
o prazer jaz em paz.

E em outro Norte,
Em outra estação.
Desembarca a morte
Sem exaltação.

Lamento mais a vida
Que não pude viver
Do que a morte vivida
Que não significa morrer,

Pois morrer nessa vida
É o que já se faz
Essas almas caídas,
Que não amam jamais.


Quero partir pra outra, numa situação
Em que o desafeto
Não afete mais um coração.

Sem rancor, sem remorso,
Só insatisfação,
De ter tanta bagagem
Sem que levem em questão.

Trago eu nessa mala
O que foi possível caber
Em tão pouco espaço
Destinado a meu ser.

Não me impeçam de nada,
Não ousem impedir
Que eu siga a estrada
Que liberta daqui.

Se não respeitaram nada,
Nenhum desejo meu,
Nem meu corpo ou minha vida
Por mais que pedi,
Já não peço que façam,
Só que me deixem ir.

Não cabe a ninguém, somente a mim,
Discernir sobre a sorte
Que pretendo seguir
Que respeitem a partida
Escolhida por mim.

Se nunca ajudaram nem fizeram questão
Não atrapalhem a viagem em que estou.

Não convido comigo nesse embarque
A ninguém
Que convidei na vida,
Pra viver e não fez.

Inventaram desculpas
E mentiras sem fim
Justificaram a ausência
Que tiveram de mim.

Então não me impeçam de poder seguir
Só, em minha companhia,
Sozinha enfim.

Se veloz ou mais lenta a partida se der,
Só o que importa é que chegue
Aonde eu e Deus quiser.

Não mandarei notícias,
Não mais as terão,
Os que reclamavam
Diante de mim,
De plantão.

Sossego a todos, é o que se espera
De uma viagem longa,
Tranquila e sem guerras.

Fiquem bem, vou sem mais,
Logo vou viajar.
Que me deixem ir lá
Pra minha paz encontrar.

Diminuam as pedras
Que desejam lançar rumo a mim,
Pois não ouso jamais revidar.

Menos gritos,
Sem vozes a sobressair
Sobre o meu canto pobre
Que roubaram de mim.

A viagem mais bela
É  sempre a que está por vir.
O que fizemos já é ido,
Já não nos faz sorrir.

Mas nem precisaria tanta graça encontrar.
Se ao rir de alegria
Mais me fazem chorar.

Se o tempo passou
E o tempo não deu
Oportunidades de ter
Um tempo meu
Que não percamos mais tempo
Impedindo esse adeus.



terça-feira, 31 de julho de 2018


O mundo não precisa acreditar em ti,
Desde que você  acredite.
O mundo não precisa ser justo contigo, Desde que você seja.
O mundo não precisa ser compreensível,
Desde que você compreenda isso em sua Autoconpreensão.

O mundo não precisa ser tão bom,
Desde que você não seja tão ruim.
O mundo não precisa de pessoas que o Compreendam,
Desde que você compreenda seu espaço no Mundo.

O mundo não precisa ser tão grande desde Que você não seja tão diminuto.
O mundo não tem necessidade alguma de Nós, desde que nós compreendamos que Necessitamos de um mundo para nos Desenvolver a partir dele, nele, com ele.

Acredite no mundo que você quer que Exista,
E ele poderá ser um mundo real.
Pense que logo ele existe.
E resista,
A todas as lamúrias do mundo
Sabendo que delas também advém proezas.

Resista as tentações
Sabendo que disso depende a superação.
Resista no bem
Ainda que o mal lhe aponte,
Pois é  preciso um parâmetro para medir e Discernir entre um e outro.

Pondere a dor que te faz apreciar o prazer, Bem como a fome
Que lhe faz contemplar a saciedade.

Das carências existentes nascem as carícias Que acalentam.
Na mesma medida em que tristeza e alegria Despontam,
Há os que anseiam pelo sol como os que clamam pela chuva.

Toda incerteza e dúvida não se excede ou se extrapola
Num mundo de equilíbrio,
Onde só há caos aparente,
Em engendrados mecanismos
Que fazem tudo funcionar.

Quando parecer sentir um vazio,
Pense que este sentimento que te invade é Repleto de sentidos,
Anulando a essência de vazio,
E lhe enchendo de expectativas do porvir.

 Algumas coisas existem
Independente de nosso entendimento acerca delas.
Assim é o mundo.
Ele existe e resiste
Ainda que não tenhamos plena consciência disso.
Não são apenas os olhos do corpo
Que contemplam a visão do mundo.
A visão da alma capta sentidos em dimensões que sequer podemos dar conta.

Creia e verá,
Ainda que o mundo todo
Espere que você veja para crer
No provável impossível.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Como posso dizer que a amo?




Hoje uma pessoa muito especial me presenteou com esse BELO poema:


                   ☼☼☼

Como posso dizer que a amo?
Eu perguntei a mim mesmo
Fiquei pensando nisso
Saí andando a esmo





Vou escrever para ela um poema
Que possa gritar esse amor
E se ela não ler?
Eu não sou escritor


Pensei em dizer numa canção
Tocar o que eu tenho sentido
Mas eu também não sou cantor
Certamente não serei ouvido

Vou subir no alto de um prédio
E gritar o que estou sentindo
Mas e se ela achar que é assédio,
Ou se lá de baixo não estiver ouvindo?

Não sei como deixa-la saber
Demonstrar antes que a “folha” termine
Não sou escritor, poeta ou cantor
Não sei dizer: “te amo Pettine”.


sábado, 6 de janeiro de 2018



Ninguém viu quando eu chorei.
Ninguém sentiu o que senti.
Ninguém se fez presença.
Ninguém se pôs aqui.

A hora mais escura é uma hora da amargura,
Onde se revelam desencantos,
Onde a dor se transfigura.

Tua imagem que hoje parte,
É presença que me invade.
É sentido transmutado,
Amor idealizado.


Jamais é consumado além da pele a transpassar,
O que a mente cria,
Tão somente a recriar,
São desejos improváveis
Que só a mente há de apagar.

Complicado como a gente
É tudo o mais a nos rondar.
Essa vida, essa gente,
Que se envolve a nos sondar.

Sondando minha alma
Te encontrei bem fundo, aqui.
Utopia visionária
Te enxergar sem existir.

Parecia tão palpável, algo tão material.
Que cegou até os sentidos
Invertendo minha moral.

Nessa vida todos guardam seus segredos de antemão,
Justamente porque temem, complicando a emoção.
Nem tudo deve ser dito, nem suposto logo então,
Pois nem sempre a verdade reside na imaginação.

Antes tudo fosse mágoa,
Antes tudo uma ilusão.
Não haveria história.
Nem tampouco aflição.

Priscila Pettine
Só é bom o que melhora o ser humano! Poesias alimentam a alma! Quem será capaz de traduzir minha alma através de minha escrita?

Poemas sem nome...

 "Nasceram assim, no âmbito da madrugada e assim os posto."


Existe um monstro tão vil, nefasto,
Tão pernicioso, cruel, malsão,
Que embora nasça do olhar mais casto,
Provoca chagas no coração.

Seu preferido e sutil repasto,
É sorver dores, medos, tensão,
Tornar o espírito em trapos, gasto, 
E a mente imersa num turbilhão.

É Baal nas tascas do precipício,
É Judas conflagrando a traição,
Jaz no mundo consumado por seu vício,
Sem amor, o ser cruel da perdição.

                                    
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O livro recebido em plana paz, 
Ao seio d'alma ansiosa de cultura
É semente que bons frutos traz,
É centelha que em sol se transfigura.

Semente fértil, de virtude rara,
Quantos frutos do saber produz
Livrando a mente de qualquer amarra
Um livro salva lhe trazendo a luz.

Bendito aquele que tão culto faz
De livros, a exemplar semeadura
Aos lugares de treva pertinaz
De onde se esparge a luz que mais fulgura

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Sou a que existe pelo mundo afora
Vestida de mil formas e cores
Em toda parte estou por horas
A fazer graça, trolando dores.

Aos dias atuais, bem como outrora
Sempre a inspirar tão vás amores.
A humanidade já não me adora
Como me adoram os ceifadores. 

Sou algo assim, expressando amor,
Criação divina bem inspirada
No olhar de alguns comungo vida,
Aos olhos meus, ela é transloucada.

Ao passo "leve" em que me vejo,
Comungo a arte em catedral,
Tão imponente e adornada
Da festa alegre ao funeral.


Em palácio já és morada,
Em mim uma eterna inspiração
Premeditam sempre as madrugadas
A sorte incauta em que estão.

                     Priscila Pettine
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Só é bom o que melhora o ser humano! Poesias alimentam a alma! Quem será capaz de traduzir minha alma através de minha escrita?